sexta-feira, 17 de julho de 2009

Gordini Willys

Recebi e-mail do Claudio Grossi com dezenas de propagandas antigas de carros nacionais, muito bom, mas sobre uma em especial quero escrever umas linhas.
Em 1964, a Willys Overland do Brasil fez um evento visando bater o recorde mundial de resistência com o automóvel Gordini, que fabricava sob licença da Renault francesa e que aqui no Brasil tinha o apelido de Leite Glória, aquele que “desmancha sem bater”, como dizia sua propaganda, tal a imagem de fragilidade que o carro tinha.
Para combater essa imagem, Mauro Salles, publicitário da marca, idealizou esse evento, que de quebra ainda poderia fazer aumentar as vendas do modelo.
Assim, 10 pilotos e mais Greco, o chefe de equipe que também fazia as vezes de piloto, se lançaram na tentativa de alcançar os 50.000 Km rodados ininterruptamente, só parando para troca de óleo, pneus e reabastecimento. Os 11 pilotos, correndo pelo anel externo da antiga pista de Interlagos, se revezavam à cada 3 horas.
O início foi no dia 26 de outubro de 1964 e o recorde foi batido no dia 16 de novembro, com 21 dias e 10 horas de rodagem, totalizando 514h; 37 min e 14 seg. No entanto os pilotos pediram e continuaram rodando, e no dia 17 de novembro, com 51.233,139 Km percorridos a uma média de 97,158 Km/h o evento foi encerrado.
Os recordes batidos na ocasião permanecem quase todos invictos até hoje, conseqüentemente todos os pilotos participantes são ainda recordistas mundiais.
São eles:
Bird Clemente
Carol Fiqueiredo
Chiquinho Lameirão
Danilo de Lemos
Geraldo Meirelles
José Carlos Pace, o “Moco”
Luiz Antonio Greco (também chefe da equipe)
Luiz Pereira Bueno
Vitorio Andreatta
Waldemyr Costa
Wilson Fittipaldi Jr.

Clique na imagem para ampliar

quarta-feira, 8 de julho de 2009

500 Km de Interlagos - Celso Lara Barberis

Eu gostava de automobilismo e acompanhava de longe, mas em 1963 fui pela primeira vez assistir uma corrida ao vivo, a “500 Km de Interlagos”, já sabia no entanto, pelos jornais e revistas, o suficiente para saber para quem torcer, Celso Lara Barberis, tri-campeão dessa prova e que tentava o quarto título, correndo em dupla com Chico Landi num Landi/Bianco/JK construído pelo "carroziere" esportivo Toni Bianco, mas, como digo no site, a primeira vez que pisei em Interlagos foi a última vez que Celso pisou em uma pista, faleceu num acidente já na primeira volta da prova, que acabou sendo vencida por Roberto Gallucci que tornou-se com a vitória, bi-campeão (já havia vencido em 1962).
Sugeri o ano passado que essa prova fosse chamada de “500 Quilômetros de Interlagos - Prova Celso Lara Barberis”, mas ainda acho que essa sugestão é valida. Porque?
O Celso foi o vencedor da primeira edição, em 1957, depois venceu as edições de 1960 e 1961 (onde, correndo com Emilio Zambello e Ruggero Peruzzo, tirou o 1° e 3° lugares), tornando-se o primeiro tri-campeão da prova, e por ultimo, morreu disputando uma 500Km, a de 1963. Nada mais justo que essa homenagem à ele.
Nos próximos anos ela pode ter o nome de outros vencedores, Luiz Pereira Bueno, por exemplo, o outro tri-campeão dessa prova.

Instantes após o toque de pneus com o carro que vai à frente, a Maserati de Amaral Jr., ele se desgoverna...
... e capota, note a marca da derrapagem, ele bate no barranco e gira no ar caindo virado para baixo.


Veja aqui um vídeo após vencer a edição de 1960 e sagrar-se bicampeão, sendo cumprimentado por amigos e familiares. (cedido por Fernando Lara)

Quem sou eu

prperalta@yahoo.com.br