Já falei aqui no Blog sobre o Autodromo de Deodoro (reveja), na verdade eu já não acredito mais em um autódromo no Rio, mas quem sabe? Agora achei mais uma reportagem sobre o assunto, essa de 1951 na revista O Globo Sportivo, o que mostra o quanto está atrasado esse autódromo em Deodoro...
Em pouco mais de uma década correndo Celso Lara Barberis fez
uma carreira vitoriosa e brilhante. Uma das muitas vitórias suas aconteceu na
prova Rio-Caxambu (I Prêmio Juscelino Kubitschek) em 1956. Abaixo vocês têm um recorte do jornal “A Noite” do
dia 10 de setembro de 1956, três dias após a prova, naquela época o jornal não
saia aos domingos. A prova foi num dia 7 de setembro, sexta-feira.
Se se derem ao trabalho de ampliar e ler a reportagem verão que não há uma
classificação geral, só por categoria, mas comparando os tempos montei uma e
vejam que houve uma misturada geral:
1º - Celso
Lara Barberis (Esporte Livre)
2º - Godofredo Vianna Filho (Turismo Força Livre)
3º - Kurt Klinger (Turismo Força Livre)
4º - Jair Vianna (Turismo Força Livre)
5º - Emilio
Zambello (Turismo até 1300 cc)
6º - Rafael Santos Rocha (Turismo até 2000 cc)
7º - Ary Santanna (Turismo Força Livre)
8º - Armando Silva (Turismo Força Livre)
9º - Eugenio
Martins (Turismo Força Livre)
10º - Carlos Erimá (Turismo até 1300 cc)
Vão ai também duas fotos dessa prova, uma da chegada do
Celso, tomada “emprestada” do Blog http://scuderiabrazil.blogspot.com.br,
e a outra, da premiação, me foi cecida pelo Ariel do Automóvel Clube do Brasil
que por sua vez a recebeu de Dna. Maria Elizabeth Parkinson, neta do diretor do
A.C.B. na época: J. R. Parkinson.
Eu já contei essa historia aqui no Blog e também no site,
mas...
Bom, não custa recordar; eu quando adolescente acompanhava automobilismo pelos
jornais, todos davam belas coberturas e os eventos sempre lotavam o autódromo,
e descobri que haviam alguns pilotos que se destacavam, além de Chico
Landi é claro, entre eles o Celso
Lara Barberis.
Quando meu pai nos levou à Interlagos para assistir ao “500
Km de interlagos” em 1963, eu fui já sabendo para quem torcer: Celso Lara
Barberis, que ainda por cima ia correr em dupla com Chico Landi.
Mas, fatalidade, logo na primeira volta ele se acidentou fatalmente na subida
dos boxes (antigos), então eu sempre repito: a primeira vez que pisei em
Interlagos foi a ultima vez que ele pisou.
Falei de Aristides Bertuol (RS) participando do GP Cidade do Rio de Janeiro com um carro Grand Prix (monoposto), mas sua carreira foi quase toda correndo de carreteras, sua Chevrolet nº 4 ficou famosa. Tomei "emprestada" uma foto ao site "Bon Vivant", em sua página sobre a Salton que foi patrocinadora constante de Bertuol com sua marca "Presidente", inicialmente um vinho branco, fornecido inclusive para a presidencia da republica, depois foi lançado o conhaque Presidente, que ficou muito famoso na época. Essa foto é da primeira "Mil Milhas Brasileiras", em 1956, onde Bertuol correndo em dupla com Waldir Rabeschini chegou em 3º lugar, atrás do WV/Porche de Eugenio Martins e Christian Heins, no ano seguinte (57), correndo em dupla com Orlando Menegaz, ganhou a prova. Em 1958 repetindo a dupla, tiveram muitos problemas, roda quebrada, ponta de eixo partida, e só chegaram em 11º lugar, e foi nesse ano que parou de correr. Faleceu em 1979.
Essa história me foi contada por um dos envolvidos: Luiz Américo Margarido, e não há porque duvidar de sua veracidade, então vou transcrever a história como me foi contada. No ano de 1956 quando Wilson Fittipaldi (o “Barão”) e Eloy Gogliano, do Centauro Motor Clube, criaram a "Mil Milhas Brasileiras", Wilson era amigo de Margarido, que mesmo sendo proprietário de uma frota de táxi ainda guiava um deles, e o "Barão", conhecendo suas habilidades ao volante, o convidou a participar. Margarido começou então, de táxi mesmo, a dar umas voltas na pista para já ir se acostumando. Numa dessas vezes conheceu um rapaz boa pinta, tipo playboy, que o desafiou para um “racha” pela pista. Ele topou, afinal era uma chance de se confrontar com um adversário real, e olha que o rapaz estava com um Buick V8, novo, do ano, e ele com um Chevrolet 54 ou 55, táxi, ou seja, bem rodado. O “racha” consistia em sair dos boxes e dar uma volta pelos oito quilômetros da pista. E lá foram eles, Margarido ganhou a parada. Largaram novamente, Margarido ganhou. Então partiram para a última volta, Margarido ganhou novamente. O rapaz, meio desapontado, foi embora e pelo visto desistiu de fazer carreira como piloto de competição. Tinha 15 anos o rapaz, nasceu em 21 de junho de 1941 na cidade de São Paulo. Como disse, não há por que duvidar de sua veracidade, mas mesmo assim tentei saber a versão do outro envolvido, Eduardo Suplicy, sim, esse rapaz era Eduardo Matarazzo Suplicy, que pertencia à uma das mais tradicionais famílias da burguesia paulista da época, e que anos, muitos anos depois se tornou um dos políticos mais influentes do Brasil pós 64. Fiz contato com a assessoria do senador, mas apesar de responderem, não foi possível agendar um contato com o senador, mesmo que telefônico.