ATUALIZADO (5/5/2013):
Existe o risco de que o solo e o lençol freático da área estejam contaminados por resíduos desses morteiros, como nitroaromáticos e nitraminas. E a exposição a essas substâncias pode ser nociva, inclusive até à saúde dos militares que estão atuando na remoção das bombas.
A pista de Jacarepaguá foi inaugurada em 1966, e depois de sediar etapas
de todas as categorias nacionais, provas de F-1, de motovelocidade e F-Indy
teve sua pista mutilada para ceder espaço para construção do Complexo Esportivo Cidade dos Esportes para os
Jogos Pan-americanos de 2007, perdendo a curva norte, uma das mais desafiadoras.
E em 2008, foi anunciada
oficialmente a demolição do autódromo com o objetivo de abrigar instalações
para os Jogos Olímpicos de 2016. Foi feito então um acordo que Jacarepaguá só
seria demolido quando um novo fosse construído para substitui-lo, todo mundo
jurou, prometeu, um presidente da C.B.A. até prometeu se acorrentar ao portão caso
não fosse cumprido o acordo.Esse novo autódromo será (ainda tem quem acredite), ou seria, construído no bairro de Deodoro, em uma área de 2,1 milhões de metros quadrados cedida pelo Exercito Brasileiro, que a usava para instruções militares. No entanto foi descoberto que na área existem explosivos não detonados.
A existência desses explosivos vem desde 1958, quando paióis de munição explodiram no local e espalharam os artefatos por toda a extensão do terreno. Desde então exercícios militares na área foram proibidos por 30 anos. Em entrevista ao site do jornal carioca "O Globo", o general João Ricardo Maciel Monteiro, comandante da 1ª Região Militar do Exército, confirmou que o terreno destinado ao autódromo é uma área de risco. Recentemente um militar morreu e dez ficaram feridos no local após a explosão de uma granada quando o grupo acendeu uma fogueira sobre a área em que o artefato estava enterrado, o que prova que 30 anos não foram suficientes.
Bem, mas a promessa ainda existe e a previsão inicial era de que a construção tivesse início e conclusão em 2012, mas em maio de 2012, após reunião em Brasília entre o presidente da C.B.A., Cleyton Pinteiro, e representantes do Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Prefeitura, ficou definido que a construção do autódromo começaria em janeiro de 2013. Em julho, no entanto, foi levantado o problema de segurança e embargado o inicio das obras, agora é necessário aguardar que o exército limpe a área.
Se o autódromo estava prometido desde 2008 e já estamos em 2013 e nada começou, quem ainda acredita que um dia ele vá sair do campo das promessas?
Lembrei desse assunto porque recebi de meu amigo Napoleão Ribeiro, de Brasília, do excelente site www.luik.com.br (não deixe de conhecer), recortes de jornais de 1950 sobre a construção de um autódromo em Deodoro em 1951. Os recortes são dos jornais: “A Noite”, “A Manhã” e “Correio da Manhã”, todos do Rio de janeiro. Segundo os mesmos, o Coronel Santa Rosa, que na época era do C.N.D. (Conselho Nacional de Desportos), órgão que hoje corresponde à Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento do Ministério dos Esportes, e vice-presidente do A.C.B., anunciou, durante a realização de um almoço de confraternização, a construção em 1951, de um autódromo no bairro de Deodoro, no Rio de Janeiro.
Olhando os recortes enviados pelo Napoleão chega-se obviamente à conclusão que o autódromo de Deodoro não está 2 ou 3 anos atrasado, já está na verdade com 62 anos de atraso...
E você? Ainda acredita nas promessas dos dirigentes do automobilismo nacional?
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