Lulla Gancia faleceu na sexta-feira dia 24 de junho de 2016 aos 92 anos de idade.
Neta do conde Salvadori de Weissenhof, da mais alta nobreza do Tirol Austríaco, Lulla Salvadori de Weissenhof Vallarino Gancia nasceu em Turim (ITA). Seu bisavô construiu os famosos arcos da Via Roma, e o pai chegou a ser prefeito da cidade.
Neta do conde Salvadori de Weissenhof, da mais alta nobreza do Tirol Austríaco, Lulla Salvadori de Weissenhof Vallarino Gancia nasceu em Turim (ITA). Seu bisavô construiu os famosos arcos da Via Roma, e o pai chegou a ser prefeito da cidade.
Ela
e Piero Gancia se conheceram ainda crianças mas desencontraram-se, após o
reencontro, muitos anos depois, o casamento aconteceu e foi um dos grandes
eventos da capital piemontesa em 1947. O casal foi morar no castelo dos Gancia
em Canelli, região de Asti.
A
família de Piero produzia, desde meados do século 19, os famosos vinhos e
vermutes Gancia, mas seus pais haviam se mudado para a Argentina com os outros
filhos para abrir uma frente de negócios, muito bem-sucedida por sinal, na
América Latina.
No
castelo, Lulla e Piero tiveram o primeiro filho, Carlo, e, pouco antes dele
completar 1 ano partiram para Montevidéu. A Guerra da Coreia estava iniciando,
e o temor de uma terceira guerra mundial os levou a deixar a Itália.
No
Uruguai, nasceu a primeira filha, Eleonora, a Kika, mas resolveram mudar. E por
que não São Paulo, no emergente Brasil? Mudaram-se em 1953, abriram a
Gancia, e o sobrenome da família acabou se tornando sinônimo do bom vermute
italiano. Foi no país que nasceu a caçula da família, a hoje jornalista Barbara
Gancia, que diz:
“-
Minha mãe era muito bonita, à frente de seu tempo. Foi feminista sem saber.”
Quando
Piero Gancia correu em Interlagos pela primeira vez, aos 39 anos, a bordo de
seu Alfa Romeo e fazendo dupla com Celso Lara Barberis em janeiro de 1962,
ouviu umas poucas e boas da esposa Lulla, que estava na Europa. Ele tentou
convencê-la de que “... não havia nada de mais” em correr, Lulla então decidiu
conferir in loco e ficou apavorada. Mas ano seguinte foi sua vez de colocar o
carro na pista.
Num
sábado de dezembro de 1963, a turma de pilotos amadores, na verdade não existia
profissionalismo ainda, convocou seis mulheres, entre esposas e irmãs, para
correrem em Interlagos, foi a “Corrida do Batom”. Lulla chegou em terceiro
lugar, num Alfa Giulietta, atrás das irmãs Marise Clemente e Leonie Caíres.
Depois participou de apenas mais três provas, nunca foi sua pretensão desenvolver uma carreira automobilística, pelo menos nas pistas.
Depois participou de apenas mais três provas, nunca foi sua pretensão desenvolver uma carreira automobilística, pelo menos nas pistas.
Piero
se tornou popular entre os pilotos e foi um porta voz dos mesmos para
reivindicar a reforma da pista de Interlagos devido ao seu estado deplorável e
esburacado. Numa das reuniões com o prefeito Faria Lima, no fim dos anos 60,
ficou decidida a reforma, mas quem tocaria a obra? De pronto Piero sugeriu o
nome da esposa:
“- Não tem pessoa melhor para levar a
reforma adiante”, afirmou aos presentes.
Lulla
viajou até Monza (por conta própria) para aprender como se fazia uma pista de
“Primeiro Mundo”. Escalou engenheiros, adequou o asfalto, reformou os boxes,
construiu o gradil de proteção, etc...
“- Foi essa reforma que abriu espaço
para que o Brasil abrigasse, em 1972, sua primeira corrida de Fórmula 1,
entrando no ano seguinte para o circuito mundial”, relembra
Carlo Gancia. A reforma durou dois anos 1968 / 69.
Saiba e veja foto de Lulla com Stirling Moss, clicando aqui.
Nesse meio tempo, Piero fundiu a Gancia com a Martini e começou a importar Alfa Romeos, Ferraris e Lamborghinis para o País pela Jolly-Gancia onde era sócio de Emilio Zambello.
Saiba e veja foto de Lulla com Stirling Moss, clicando aqui.
Nesse meio tempo, Piero fundiu a Gancia com a Martini e começou a importar Alfa Romeos, Ferraris e Lamborghinis para o País pela Jolly-Gancia onde era sócio de Emilio Zambello.
Você
pode saber um pouco mais sobre a carreira dela clicando aqui.