Fonte: revista "O Mundo Ilustrado" nº 75, de julho de 1954.
![]() |
![]() |
Abaixo, compilação de textos recolhidos em algumas fontes distintas (citadas):
O movimento de 1932 começou 23 meses antes. O desconforto nasceu com a Revolução de 1930, quando mineiros e gaúchos conspiraram e derrubaram o governo num golpe militar, que depôs um paulista, o presidente Washington Luiz e impediu a posse do também paulista Julio Prestes, assumindo uma “Junta Militar Governativa Provisória” (24/10/1930 - 3/11/1930) para dar posse ao “Governo Provisório” de Getulio Vargas, que no voto havia perdido para Julio Prestes.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
Não havia duvidas de que o “Governo Provisório” de Vargas centralizava cada vez mais o poder. O General Gois Monteiro, homem forte de Getulio acusava São Paulo de separatismo e Getulio era visto como um caudilho sinistro.
“- Os atos de Getulio Vargas como chefe do Governo Provisório davam a entender que ele não pretendia realizar o plebiscito que prometera, nem eleições, nem pensava em sair nunca mais do Catete. E isso não estava certo e nem convinha para o Brasil”.
(General Aristoteles Ribeiro em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
A disparidade de forças era grande. Estimativas dão 35 mil homens para os paulistas (em ação) e cerca de cem mil para o governo Vargas.
São Paulo tinha menos canhões e aviões e não dispunha de marinha. Os navios governistas puderam bloquear o porto de Santos, asfixiando economicamente o Estado ao impedir a exportação de café. Também não foi possível trazer armas compradas no exterior (Argentina e Itália).
Mas assim como São Paulo não tinha condições de uma resistência prolongada, o governo não tinha meios de uma ofensiva fulminante. Foi o desmoronamento gradual das frentes que trouxe a derrota.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
Mesmo derrotada, a Revolução deu a Getulio e ao circulo dos íntimos a percepção de que não era possível tratar a “locomotiva paulista” como um Estado vencido, e apesar dos paulistas acabarem derrotados pelas forças legalistas Getulio foi obrigado a convocar a Constituinte depois que a Revolução de 32 acabou.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
São Paulo, obediente aos princípios democráticos imbuídos no povo pelos pioneiros da Republica, teve a glória de ver coroados os seus esforços com a proclamação da Constituinte, que pôs fim, embora temporariamente, à ditadura, de novo implantada em 1937 e devidamente enterrada em 29 de outubro de 1945.
(Revista O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- As tradições democráticas de São Paulo se tornaram tão arraigadas que o povo bandeirante não pôde, por mais tempo, suportar o jugo ditatorial que lhe impunha a ditadura implantada pelos aproveitadores, que se eternizavam no governo após o movimento vitorioso de 1930.
Os ideais de liberdade não podiam subsistir, abafados como se encontravam pela opressão dos triunfadores do dia, que não admitiam opinião divergente do seu credo totalitário”.
(Geraldo Rocha em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- Perdemos a batalha mas não a causa, queríamos a constituição e a tivemos. Morreu muita gente porém o Brasil conseguiu a Constituinte”,
(Dr. Francisco Emigdio Pereira Neto - em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- Nunca houve em São Paulo quem alimentasse o sentimento separatista. O movimento se processou com alevantado espírito de brasilidade. São Paulo, farto do caudilhismo do Senhor Getulio Vargas, decidiu, depois de muito sofrer, libertar-se do jugo odioso e, consequentemente, libertar a nação”.
(Julio de Mesquita Filho em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- A razão principal da Revolução de 1932 foi a reivindicação da autonomia, que estava perdida e negada pela ditadura de Vargas. São Paulo, inteligentemente, quis atingir sua autonomia através da reconstitucionalização geral do país. Daí o nome da Revolução.
A ação bélica dos paulistas foi das mais notáveis, basta dizer-se que São Paulo lutou heroicamente três meses atendendo a que seu preparo foi improvisado, pois que nos faltavam armas, munições e soldados. Para provar a bravura e o denodo do paulista, basta dizer-se que em certas frentes chegou-se a camuflar canhões e metralhadoras, improvisando-os com chaminés velhas. Para dar a impressão ao inimigo de que a nossa artilharia estava bem municiada, fazíamos estourar “bananas” de dinamite. Esse truque forçava os aviões legalistas a descarregar suas bombas sobre aqueles falsos canhões. Também motocicletas e matracas eram utilizadas para fingir rajadas de metralhadora”.
(Aureliano Leite em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
Sob aspecto social, a São Paulo dos quatrocentões e dos imigrantes foi cedendo lugar ao influxo de mineiros e nordestinos alheios às tradições de 32, a “guerra” paulista perdeu a força do mito.
(Folha de São Paulo – 5/7/1992)
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
Não havia duvidas de que o “Governo Provisório” de Vargas centralizava cada vez mais o poder. O General Gois Monteiro, homem forte de Getulio acusava São Paulo de separatismo e Getulio era visto como um caudilho sinistro.
“- Os atos de Getulio Vargas como chefe do Governo Provisório davam a entender que ele não pretendia realizar o plebiscito que prometera, nem eleições, nem pensava em sair nunca mais do Catete. E isso não estava certo e nem convinha para o Brasil”.
(General Aristoteles Ribeiro em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
A disparidade de forças era grande. Estimativas dão 35 mil homens para os paulistas (em ação) e cerca de cem mil para o governo Vargas.
São Paulo tinha menos canhões e aviões e não dispunha de marinha. Os navios governistas puderam bloquear o porto de Santos, asfixiando economicamente o Estado ao impedir a exportação de café. Também não foi possível trazer armas compradas no exterior (Argentina e Itália).
Mas assim como São Paulo não tinha condições de uma resistência prolongada, o governo não tinha meios de uma ofensiva fulminante. Foi o desmoronamento gradual das frentes que trouxe a derrota.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
Mesmo derrotada, a Revolução deu a Getulio e ao circulo dos íntimos a percepção de que não era possível tratar a “locomotiva paulista” como um Estado vencido, e apesar dos paulistas acabarem derrotados pelas forças legalistas Getulio foi obrigado a convocar a Constituinte depois que a Revolução de 32 acabou.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
São Paulo, obediente aos princípios democráticos imbuídos no povo pelos pioneiros da Republica, teve a glória de ver coroados os seus esforços com a proclamação da Constituinte, que pôs fim, embora temporariamente, à ditadura, de novo implantada em 1937 e devidamente enterrada em 29 de outubro de 1945.
(Revista O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- As tradições democráticas de São Paulo se tornaram tão arraigadas que o povo bandeirante não pôde, por mais tempo, suportar o jugo ditatorial que lhe impunha a ditadura implantada pelos aproveitadores, que se eternizavam no governo após o movimento vitorioso de 1930.
Os ideais de liberdade não podiam subsistir, abafados como se encontravam pela opressão dos triunfadores do dia, que não admitiam opinião divergente do seu credo totalitário”.
(Geraldo Rocha em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- Perdemos a batalha mas não a causa, queríamos a constituição e a tivemos. Morreu muita gente porém o Brasil conseguiu a Constituinte”,
(Dr. Francisco Emigdio Pereira Neto - em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- Nunca houve em São Paulo quem alimentasse o sentimento separatista. O movimento se processou com alevantado espírito de brasilidade. São Paulo, farto do caudilhismo do Senhor Getulio Vargas, decidiu, depois de muito sofrer, libertar-se do jugo odioso e, consequentemente, libertar a nação”.
(Julio de Mesquita Filho em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- A razão principal da Revolução de 1932 foi a reivindicação da autonomia, que estava perdida e negada pela ditadura de Vargas. São Paulo, inteligentemente, quis atingir sua autonomia através da reconstitucionalização geral do país. Daí o nome da Revolução.
A ação bélica dos paulistas foi das mais notáveis, basta dizer-se que São Paulo lutou heroicamente três meses atendendo a que seu preparo foi improvisado, pois que nos faltavam armas, munições e soldados. Para provar a bravura e o denodo do paulista, basta dizer-se que em certas frentes chegou-se a camuflar canhões e metralhadoras, improvisando-os com chaminés velhas. Para dar a impressão ao inimigo de que a nossa artilharia estava bem municiada, fazíamos estourar “bananas” de dinamite. Esse truque forçava os aviões legalistas a descarregar suas bombas sobre aqueles falsos canhões. Também motocicletas e matracas eram utilizadas para fingir rajadas de metralhadora”.
(Aureliano Leite em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
Sob aspecto social, a São Paulo dos quatrocentões e dos imigrantes foi cedendo lugar ao influxo de mineiros e nordestinos alheios às tradições de 32, a “guerra” paulista perdeu a força do mito.
(Folha de São Paulo – 5/7/1992)