sábado, 25 de junho de 2016

Lulla Gancia (1924 / 2016)

Lulla Gancia faleceu na sexta-feira dia 24 de junho de 2016 aos 92 anos de idade.
Neta do conde Salvadori de Weissenhof, da mais alta nobreza do Tirol Austríaco, Lulla Salvadori de Weissenhof Vallarino Gancia nasceu em Turim (ITA). Seu bisavô construiu os famosos arcos da Via Roma, e o pai chegou a ser prefeito da cidade.
Ela e Piero Gancia se conheceram ainda crianças mas desencontraram-se, após o reencontro, muitos anos depois, o casamento aconteceu e foi um dos grandes eventos da capital piemontesa em 1947. O casal foi morar no castelo dos Gancia em Canelli, região de Asti.
A família de Piero produzia, desde meados do século 19, os famosos vinhos e vermutes Gancia, mas seus pais haviam se mudado para a Argentina com os outros filhos para abrir uma frente de negócios, muito bem-sucedida por sinal, na América Latina.
No castelo, Lulla e Piero tiveram o primeiro filho, Carlo, e, pouco antes dele completar 1 ano partiram para Montevidéu. A Guerra da Coreia estava iniciando, e o temor de uma terceira guerra mundial os levou a deixar a Itália.
No Uruguai, nasceu a primeira filha, Eleonora, a Kika, mas resolveram mudar. E por que não São Paulo, no emergente Brasil? Mudaram-se em 1953, abriram a Gancia, e o sobrenome da família acabou se tornando sinônimo do bom vermute italiano. Foi no país que nasceu a caçula da família, a hoje jornalista Barbara Gancia, que diz:
“- Minha mãe era muito bonita, à frente de seu tempo. Foi feminista sem saber.”
Quando Piero Gancia correu em Interlagos pela primeira vez, aos 39 anos, a bordo de seu Alfa Romeo e fazendo dupla com Celso Lara Barberis em janeiro de 1962, ouviu umas poucas e boas da esposa Lulla, que estava na Europa. Ele tentou convencê-la de que “... não havia nada de mais” em correr, Lulla então decidiu conferir in loco e ficou apavorada. Mas ano seguinte foi sua vez de colocar o carro na pista.
Num sábado de dezembro de 1963, a turma de pilotos amadores, na verdade não existia profissionalismo ainda, convocou seis mulheres, entre esposas e irmãs, para correrem em Interlagos, foi a “Corrida do Batom”. Lulla chegou em terceiro lugar, num Alfa Giulietta, atrás das irmãs Marise Clemente e Leonie Caíres.
Depois participou de apenas mais três provas, nunca foi sua pretensão desenvolver uma carreira automobilística, pelo menos nas pistas.
Piero se tornou popular entre os pilotos e foi um porta voz dos mesmos para reivindicar a reforma da pista de Interlagos devido ao seu estado deplorável e esburacado. Numa das reuniões com o prefeito Faria Lima, no fim dos anos 60, ficou decidida a reforma, mas quem tocaria a obra? De pronto Piero sugeriu o nome da esposa:
“- Não tem pessoa melhor para levar a reforma adiante”, afirmou aos presentes.
Lulla viajou até Monza (por conta própria) para aprender como se fazia uma pista de “Primeiro Mundo”. Escalou engenheiros, adequou o asfalto, reformou os boxes, construiu o gradil de proteção, etc...
“- Foi essa reforma que abriu espaço para que o Brasil abrigasse, em 1972, sua primeira corrida de Fórmula 1, entrando no ano seguinte para o circuito mundial”, relembra Carlo Gancia. A reforma durou dois anos 1968 / 69. 
Saiba e veja foto de Lulla com Stirling Moss, clicando aqui.
Nesse meio tempo, Piero fundiu a Gancia com a Martini e começou a importar Alfa Romeos, Ferraris e Lamborghinis para o País pela Jolly-Gancia onde era sócio de Emilio Zambello.

Carlo Gancia mantém uma galeria de fotos no Pinterest, conheça.
Você pode saber um pouco mais sobre a carreira dela clicando aqui.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Torneio Triangular 58/59

Dando continuidade ao "Torneio Triangular Sulamericano", iniciado em 1958 em Interlagos e que em 1959 teve provas no Uruguai e na Argentina. Já falei da prova em Interlagos, agora vamos aos recortes de jornal das provas de Montevidéu e de Buenos Aires. 
Os carros dos paulistas chegaram à Montevidéu mas os portuários estavam em grave, então não foram descarregados, impossibilitando dessa forma a participação brasileira na prova do dia 18 de janeiro. Mas os "hermanos" adiaram a prova.
 
Dia 21 de fevereiro foi dia de treinos, a prova havia sido transferida para o dia 22 de fevereiro
No dia 22 saiu uma pequena matéria no jornal. 

Resultado da prova saiu no jornal de terça feira dia 24 de fevereiro, nas segundas feiras o jornal não circulava. E os brasileiros não foram bem.

Na prova de Buenos Aires no dia 1 de março os brasileiros não foram bem. 
No campeonato Froilán Gonzalez sagrou-se campeão e o brasileiro melhor classificado foi Paschoal Nastromagario em 6º lugar seguido de Fritz D’Orey em 7º lugar com 3 pontos, sendo que um foi da melhor volta na prova de Interlagos.

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sábado, 18 de junho de 2016

Praia Grande (SP) - 1927

Há tempos recebi de meu amigo Fernando Villafranca uma foto que mostra seus tios, Ângelo e Antônio Villafranca, disputando uma competição automobilística na Praia Grande, então lá fui eu pesquisar e descobri uma noticia no jornal "Correio Paulistano" de 30/12/1927. 
Vejam recorte abaixo. E foi só o que consegui, uma noticia de que ia haver a prova, mas nem o mesmo jornal publicou o resultado, e nem nada mais sobre a prova.
Pois bem o Fernando tentou com a prima dele que lhe havia enviado a foto. E nada!
Ai ele passou a história para um jornalista do "Diário do Grande ABC", só que o tal jornalista fez uma confusão com os nomes, trocando o meu pelo dele. Vejam abaixo.
A intenção é ver se dando visibilidade aparece alguma noticia mais.

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Prova em Interlagos do Torneio Triangular em 58

Aqui no Brasil tínhamos uma revista chamada "Carro a Vista" que em sua edição de dezembro de 1958 trouxe uma matéria completa sobre a primeira prova do "Torneio Triangular Sulamericano", realizada em Interlagos no ultimo dia de novembro (30), depois houve as provas de Montevidéu (URU) e Buenos Aires (ARG). Se conseguir material publico aqui.
É interessante notar que apenas três representantes de cada pais participavam, os demais inscritos estavam em categoria que não concorria ao Torneio.
Vejam em "observações" o drama vivido por Frirz D'Orey com o estouro de um pneu, Pirelli, diga-se de passagem, quando a prova terminou ele desceu do carro aos berros dizendo impropérios contra a fabrica. Jurando que nunca mais na vida usaria pneus da marca.
Nesse dia houve mais duas competições: Categoria Esporte Livre, vencida por Christian Heins e também Turismo Força Livre (Carreteras), vencida por Luiz Américo Margarido.




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segunda-feira, 13 de junho de 2016

José Froilán Gonzalez

Já que falamos do Torneio Triangular e do falecimento de José Froilán Gonzales logo abaixo, hoje trago aqui uma matéria publicada na revista "Coches a la Vista" falando exatamente de sua Ferrari/Chevrolet; do Torneio Triangular; do destino final dessa Ferrari, além, é claro, de Froilán.
Leiam, pois além da bela ilustração, é muito interessante. Tem até uma dica de como surgiu a categoria Mecânica Nacional, ainda não tive tempo de averiguar se é real.

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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Torneio Triangular Sul-Americano

Recebi em abril um e-mail da Argentina onde o leitor de meu site, Carlos Lioni, depois de gentilmente elogiar meu trabalho, enviou-me fotos do carro Ferrari/Corvete que havia pertencido à Froilan Gonzales e que depois de passar pelas mão de alguns pilotos acabou sendo comprado por ele.
Enviou, entre outras, uma do desembarque dos carros argentinos quer vieram participar em Interlagos do Torneio Triangular Sul-americano em 1958, campeonato que reunia representantes de Argentina, Brasil e Uruguai, com provas nos três países.
Para a primeira, que foi realizada em Interlagos em 30 de novembro de 1958, vieram:
Da Argentina: Froilan Gonzalez, Ramon Requejo e Jesus Iglesias.
Do Uruguai: Astrubal Bayardo, Carlos Danvilla e Osmar M. Gonzalez.
Do Brasil: Fritz D’Orey, Franco Ciamaroni, Paschoal Nastromagario e Ciro Cayres (os três melhores iriam às outras provas representando o país) e mais 3 que disputavam na categoria até 2500 cc, que não contava pontos para o torneio.
Chegada dos carros ao porto de Santos (SP):
Froilan Gonzalez (Ferrari Corvette V8) - Ramon Requejo (Chevrolet V8) - Jesus Iglesias (Volpi-Chevrolet Wayne)

Recorte da revista Carros a Vista

quinta-feira, 2 de junho de 2016

1936 - Circuito do Jardim América

Quando estava pesquisando para meu livro "Glamour e tragédia na origem de Interlagos" onde falo sobre a corrida "Grande Premio Cidade de São Paulo" ou simplesmente "Circuito do Jardim América", em 1936 na Av. Brasil em São Paulo, vi que o "Estadão" lançou uma edição especial sobre a prova, um caderno em rotogravura, e passei a procurá-la.
Primeiro no Arquivo Publico do Estado de São Paulo, nada. Depois no site do acervo do jornal, nada de novo. Ai escrevi, mais de uma vez, ao jornal mas nem responderam. Na Internet só consegui cópia da capa do tal caderno especial. 
Isso tudo aconteceu em 2012 e 2013.
E não é que num e-mail que recebi da Itália ano passado, do Federico, que queria esclarecer algumas duvidas e no meio do e-mail ele colocou um link onde tem as melhores páginas do tal caderno, também enviou uma foto que mostra seu avô ao volante de uma Alfa que diz ser de Hellé Nice. Mas isso é assunto para uma outra postagem.
Bom... já que consegui o caderno especial em rotogravura passo à vocês uma cópia.
Se tiverem curiosidade para saber mais sobre a prova podem comprar o livro no site da Editora Expressão e Arte ou no site da Livraria Cultura.
Abaixo quatro páginas, com destaque às ilustrações, mas o "Estadão" dedicou várias páginas à cobertura da prova em suas edições normais.


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