quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carros de Combate (Sobre 1932)

Voltando ao assunto do Blog: carros, coloco hoje alguns carros, mas esses de combate usados pelos paulistas na Revolução Constitucionalista em 1932.
Fonte: revista "O Mundo Ilustrado" nº 75, de julho de 1954.





Abaixo, compilação de textos recolhidos em algumas fontes distintas (citadas):

O movimento de 1932 começou 23 meses antes. O desconforto nasceu com a Revolução de 1930, quando mineiros e gaúchos conspiraram e derrubaram o governo num golpe militar, que depôs um paulista, o presidente Washington Luiz e impediu a posse do também paulista Julio Prestes, assumindo uma “Junta Militar Governativa Provisória” (24/10/1930 - 3/11/1930) para dar posse ao “Governo Provisório” de Getulio Vargas, que no voto havia perdido para Julio Prestes.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
Não havia duvidas de que o “Governo Provisório” de Vargas centralizava cada vez mais o poder. O General Gois Monteiro, homem forte de Getulio acusava São Paulo de separatismo e Getulio era visto como um caudilho sinistro.
“- Os atos de Getulio Vargas como chefe do Governo Provisório davam a entender que ele não pretendia realizar o plebiscito que prometera, nem eleições, nem pensava em sair nunca mais do Catete. E isso não estava certo e nem convinha para o Brasil”.
(General Aristoteles Ribeiro em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
A disparidade de forças era grande. Estimativas dão 35 mil homens para os paulistas (em ação) e cerca de cem mil para o governo Vargas.
São Paulo tinha menos canhões e aviões e não dispunha de marinha. Os navios governistas puderam bloquear o porto de Santos, asfixiando economicamente o Estado ao impedir a exportação de café. Também não foi possível trazer armas compradas no exterior (Argentina e Itália).
Mas assim como São Paulo não tinha condições de uma resistência prolongada, o governo não tinha meios de uma ofensiva fulminante. Foi o desmoronamento gradual das frentes que trouxe a derrota.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
Mesmo derrotada, a Revolução deu a Getulio e ao circulo dos íntimos a percepção de que não era possível tratar a “locomotiva paulista” como um Estado vencido, e apesar dos paulistas acabarem derrotados pelas forças legalistas Getulio foi obrigado a convocar a Constituinte depois que a Revolução de 32 acabou.
(Folha de São Paulo - 5/7/1992)
São Paulo, obediente aos princípios democráticos imbuídos no povo pelos pioneiros da Republica, teve a glória de ver coroados os seus esforços com a proclamação da Constituinte, que pôs fim, embora temporariamente, à ditadura, de novo implantada em 1937 e devidamente enterrada em 29 de outubro de 1945.
(Revista O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- As tradições democráticas de São Paulo se tornaram tão arraigadas que o povo bandeirante não pôde, por mais tempo, suportar o jugo ditatorial que lhe impunha a ditadura implantada pelos aproveitadores, que se eternizavam no governo após o movimento vitorioso de 1930.
Os ideais de liberdade não podiam subsistir, abafados como se encontravam pela opressão dos triunfadores do dia, que não admitiam opinião divergente do seu credo totalitário
”.

(Geraldo Rocha em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- Perdemos a batalha mas não a causa, queríamos a constituição e a tivemos. Morreu muita gente porém o Brasil conseguiu a Constituinte”,
(Dr. Francisco Emigdio Pereira Neto - em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- Nunca houve em São Paulo quem alimentasse o sentimento separatista. O movimento se processou com alevantado espírito de brasilidade. São Paulo, farto do caudilhismo do Senhor Getulio Vargas, decidiu, depois de muito sofrer, libertar-se do jugo odioso e, consequentemente, libertar a nação”.
(Julio de Mesquita Filho em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
“- A razão principal da Revolução de 1932 foi a reivindicação da autonomia, que estava perdida e negada pela ditadura de Vargas. São Paulo, inteligentemente, quis atingir sua autonomia através da reconstitucionalização geral do país. Daí o nome da Revolução.
A ação bélica dos paulistas foi das mais notáveis, basta dizer-se que São Paulo lutou heroicamente três meses atendendo a que seu preparo foi improvisado, pois que nos faltavam armas, munições e soldados. Para provar a bravura e o denodo do paulista, basta dizer-se que em certas frentes chegou-se a camuflar canhões e metralhadoras, improvisando-os com chaminés velhas. Para dar a impressão ao inimigo de que a nossa artilharia estava bem municiada, fazíamos estourar “bananas” de dinamite. Esse truque forçava os aviões legalistas a descarregar suas bombas sobre aqueles falsos canhões. Também motocicletas e matracas eram utilizadas para fingir rajadas de metralhadora
”.

(Aureliano Leite em O Mundo Ilustrado nº 75 de 7/7/1954)
Sob aspecto social, a São Paulo dos quatrocentões e dos imigrantes foi cedendo lugar ao influxo de mineiros e nordestinos alheios às tradições de 32, a “guerra” paulista perdeu a força do mito.
(Folha de São Paulo – 5/7/1992)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Aviação Paulista (Sobre 1932)

O Blog é sobre automobilismo e o que mais interessar no dia-a-dia, mas como acho que todo amante de automobilismo também gosta de aviões, aí vão fotos sobre os aviões usados na Revolução Constitucionalista de 1932 por São Paulo. Mantive as legendas originais para maior autenticidade.
Dizem alguns historiadores que abalado que estava com o uso dos aviões como arma de guerra, Santos Dumont cometeu suicídio em 23 de julho de 1932, mas essa versão contrasta com seus escritos no livro "O Que Eu Vi, O Que Nós Veremos", lá, ele publica cartas de sua autoria ao Presidente da República sobre o atraso da indústria aeronáutica militar no Brasil, salientando a necessidade da instalação de campos de pouso militares tanto do Exército como da Marinha.
Fonte das fotos: revista "O Mundo Ilustrado" nº 75, de julho de 1954.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cruzes Paulistas (Sobre 1932)

No post abaixo (Coronel Salgado) falei de um livro, o "Cruzes Paulistas", ele é de 1936, então ainda havia no ar muita lembrança recente. Ele traz uma mini biografia de vários que morreram na Revolução de 32, não só paulistas mas gente de várias origens que se engajou na causa.
Bom, sua introdução diz muito sobre os motivos, o desenrolar e as conseguencias da luta.
Aí vão, então, as 3 páginas para sua leitura. Não esqueça de clicar sobre a imagem para ampliar.


 

domingo, 5 de dezembro de 2010

Coronel Salgado


No post anterior (reveja) falei do enterro dos coronéis Salgado e Marciliano.
Eu, junto com a revista, peguei emprestado também um livro: "Cruzes Paulistas", lançado em 1936, onde tem uma mini biografia dos que morreram na Revolução de 32, não todos, mas acho que uma grande maioria.
Nele achei com destaque a do Coronel Julio Marcondes Salgado, que aqui divido com vocês.



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sábado, 4 de dezembro de 2010

O Mundo Ilustrado (02)

Conforme prometi já escaneei várias imagens da Revolução de 1932 da revista O Mundo Ilustrado, como ainda não as organizei vou começar postando esta que mostra o enterro dos Coronéis Salgado e Marciliano, da Força Pública de São Paulo, no Cemitério São Paulo.
Eles morreram em 23 de julho quando acompanhavam o experimento de um novo modelo de lança-granadas desenvolvido e fabricado em São Paulo.
Eles foram as primeiras vitimas da revolução, apesar que muita gente acha que foram Miragaia, Martins, Drausio e Camargo (MMDC), mas não, esses morreram durante uma passeata no dia 23 de maio (Ah! Agora sabe porque a avenida tem esse nome) que começou na rua Barão de Itapetininga e quando alcançaram a Praça da República a multidão tentou invadir a sede do Partido Popular Paulista, braço político da "Legião Revolucionária", leal à Getulio, e ao subirem as escadarias do edifício foram recebidos a bala, quando tombaram mortos os quatro.
Tem um Blog, que ainda não explorei totalmente: tudoporsaopaulo1932.blogspot, que merece ser vistado, tem muita história.
Mas vejam só o modelo dos carros funebres. Será que alguém identifica?
Clique na foto para ampliar

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Mundo Ilustrado

Hoje consegui um exemplar (emprestado) da revista “O Mundo Ilustrado”, de julho de 1954, com uma reportagem bem grande e fotos interessantes sobre a Revolução de 1932. Vou escanear algumas das fotos e postar aqui.
Esse é um tema que me atrai, pois o que os livros de história nos informam é muito pouco e de uma forma direcionada.
Abrindo a revista, no box “Expediente” vejo que o diretor era ninguém menos que Mauro Salles, sim, o mesmo que depois se aproximou das corridas de automóvel, abriu uma agencia de publicidade (66), se aproximou da Willys Overland do Brasil e depois de sua equipe de corridas, foi presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (não necessariamente nesta ordem) e que é hoje proprietário do Willys Mark I.
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domingo, 7 de novembro de 2010

Emerson Fittipaldi

Emerson Fittipaldi (clique no nome para saber mais de sua carreira), não foi o primeiro brasileiro na F1, foi o quinto, antes dele foram: Chico Landi (1951 e 1956), Gino Bianco (1952), Hermano da Silva Ramos (1955 e 1956) e Fritz D'Orey (1959), mas estes só de forma esporádica, Emerson foi quem começou a participar regularmente, a vencer provas, e até chegou a ser bi-campeão:
Resumo de sua carreira internacional
1969 - Formula Ford e Formula 3 (Campeão na F-3)
1970 - Formula 2 e Formula 1
18/07/1970 - GP da Inglaterra de F-1 - Brands Hatch - Lotus/Ford 49C 2.993cc nº 28 - 8º Lugar - Primeira corrida na F1
04/10/1970 - GP dos EUA de F-1 - Watkins Glen - Lotus/Ford 72C 2.993cc nº 24 - 1º Lugar - Primeira vitória na F1
1972 - Campeão da F1 (pela Lotus)
1973 - Vice-campeão da F1 (pela Lotus)
1974 - Bi-campeão da F1 (pela McLaren)
1975 - Vice-campeão da F1 (pela McLaren)
1976 - Passou a correr com Fittipaldi/Ford pela Coopersucar
1980 - (5/10) GP dos EUA de F1 - Watkins Glen - Fittipaldi/Ford FD08 2.993cc nº 20 - 22º Lugar - Última corrida na F-1
1981 e 82 - Chefe de equipe (Fittipaldi F1)
1983 - Torneio de Superkart (campeão)
1984 - Participou do Grande Prêmio de Miami com March 82G e foi convidado a correr na Formula Indy

Resumo da carreira na Formula Indy
01/04/1984 - GP de Long Beach - WIT - March/Cosworth - F-Indy - 5º Lugar - Primeira participação na Formula Indy
27/05/1984 - 500 Milhas de Indianápolis - WIT - March/Cosworth - F-Indy - AB - 32º Lu gar - Primeira participação na Indy 500
28/05/1989 - 500 Milhas de Indianápolis - Patrick - Penske/Chevr - F-Indy - 1º Lugar - Primeira vitória na Indy 500
1989 - Campeão na F-Indy - Equipe Patrick
30/05/1993 - 500 Milhas de Indianápolis - Penske/Chevrolet - F-Indy - 1º Lugar - Segunda vitória na Indy 500
1993 - Vice-campeão da F-Indy - Equipe Penske
1994 - Vice-campeão da F-Indy - Equipe Penske
28/07/1996 - GP de Michigan - Hogan/Penske/Mercedes - F-Indy - 25º Lugar - Última corrida na Formula Indy

Emerson conversa com Expedito Marazzi, jornalista e piloto, em 1974, após ter sido bi-campeão da F1
Foto enviada por Gabriel Marazzi para possível utilização no livro "Bandeira Quadriculada"

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Gavião (Brasinca)

Eu já li alguma coisa na Internet sobre esse carro, o "Gavião", ele foi construído na segunda fase de produção, quando já não era mais a Brasinca, mas a STV (Sociedade Técnica de Veículos) que fabricava o “Uirapuru”, empresa da qual Soler, seu criador, era diretor.
Esse protótipo foi apresentado no Salão do Automóvel de 1966, era um carro de alto desempenho desenvolvido para o patrulhamento rodoviário, quase um furgão, mesma frente do cupê, blindado e com duas metralhadoras embutidas na grade, acionadas de dentro, e uma maca na traseira. Não passou da fase de protótipo, e diz-se que foi doado ao 1° Grupamento de Polícia Rodoviária, na Via Anchieta, e utilizado por algum tempo (sem confirmação). Mas o carro desapareceu não se sabe o paradeiro dele.

Abaixo um episódio da série “Águias de Fogo”, de 1967, onde, numa participação especial, o Inspetor Carlos (Carlos Miranda), aparece com o Gavião.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

24 Horas de Interlagos 1966 - Video

Recebi, lá de Juiz de Fora (MG), um DVD enviado pelo amigo virtual Paulo Faria me pedindo para ajudá-lo a identificar de que prova se tratava, e já me autorizando a usá-lo no site “Bandeira Quadriculada”, o que já fiz.
Não foi difícil, de inicio deu para perceber que se tratava de uma prova de longa duração, como não tinha carreteras não era "Mil Milhas", listando os carros e verificando a participação de alguns pilotos chequei à prova "III 24 Horas de Interlagos", em 28 e 29 de maio de 1966. Vejam aqui o resultado da prova e a lista dos carros que aparecem no filme.
O Paulo Faria informa ainda que o filme foi realizado por Omar Ferreira e telecinado por ele e o Célio Guedes.
Obrigado então à eles por recuperarem mais um pedacinho da história de Interlagos. Muito bom para se ver a pista antiga, o ambiente das corridas e os carros turismo da época.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Christian Heins - 24 Horas de Le Mans

O primeiro brasileiro a correr na tradicional prova 24 Horas de Le Mans foi Bernardo Souza Dantas e isso em 1935. Para muitos, o pioneiro havia sido Christian Heins, que morreu durante a 24 Horas de Le Mans em 1963 quando pilotava um Alpine. Heins sofreu acidente ao derrapar no óleo deixado pelo motor estourado do carro de Bruce McLaren.
Mas essa não foi sua primeira participação, o mesmo Christian Heins já havia participado da 24 Horas de Le Mans em 1959, com um Porsche 718RSK em dupla com Carel Godin de Beaufort, veja aqui o resultado da prova, em 18º lugar o nome do brasileiro. Depois, em 1963 participou pela segunda vez a aí teve o acidente fatal.
Saiba mais sobre a carreira de Christian Heins clicando aqui.
Vejam abaixo um cartaz da prova de 1959.
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sábado, 25 de setembro de 2010

Programa do VI 500 Quilômetros de Interlagos

O Claudio Grossi enviou mais uma preciosidade, o programa do “500 Quilômetros de Interlagos” de 1963, realizada como sempre no dia 7 de setembro. Foi a 6ª edição, e foi nela que aconteceu o acidente fatal de Celso Lara Barberis, o primeiro tri-campeão da prova.
A prova era realizada pelo anel externo, muito veloz, e teve a duração total de 3h24m30s e a velocidade média do vencedor foi de 147,986 km/h.
Esse programa ele pegou em Interlagos onde foi assistir a prova e se vocês repararem ele fez um “x” em frente ao nome de quem efetivamente alinhou. Também guardou esse programa com muito cuidado e carinho por 47 anos, está até plastificado, e hoje divide conosco aqui no Blog.
Novamente obrigado ao Claudio por mais essa.

Resultado da prova:
1º) Roberto Gallucci (SP) - Maserati/Corvette

2º) Antônio Mendes Barros (SP) - Maserati/Corvette
3º) Luiz Valente (SP) - Alfa Romeo/Corvette
4º) Jayme Silva (SP) - Landi/Bianco/Simca
5º) Marivaldo Fernandes (SP) - Landi/Bianco/Gordini F-Jr.
6º) Euclides Pinheiro (SP) - Maserati/Corvette


Não deixe de clicar nas imagens para ampliar

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Corrida de São Gonçalo (RJ) - Filme de 1909

Um ano atrás recebi e-mail de um leitor, Pedro de Albuquerque Maranhão, que me enviava um video mostrando a segunda corrida oficial realizada no Brasil, foi em São Gonçalo (RJ) em 19 de setembro de 1909. O filme, realizado pelos irmãos Botelho, onde Paulino ficou responsável pela câmera enquanto Alberto participava da corrida em dupla com Francisco Serrador, é parte de outro maior que está em mãos de um colecionador.
Agora, um ano depois, a prefeitura vai inaugurar nesse sabado (25/setembro) um monumento em homenagem ao centenário da corrida.
No convite eles dizem a primeira corrida no Brasil, mas na verdade foi a segunda, pois a primeira foi o Circuito de Itapecerica (SP) em 26 de julho de 1908, o que não diminui em nada o valor histórico do filme, pois de Itapecerica não há filmes conhecidos.
Atualização: O evento foi hoje, algum leitor foi? Pode contar para nós?

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Copersucar FD04

Recebi de meu amigo Fernando Villafranca a indicação de um novo video seu no YouTube: "O Mito Fittipaldi", filme montado para o Festival de Cinema Super 8 mm da Fotoptica de Santos em 1981.
Filmado por Nilo Pena Jr, e montado, editado e sonorizado por Fernando, mostra imagens raras e inéditas de um treino da Equipe Copersucar/Fittipaldi em Interlagos, com Emerson Fittipaldi testando o Copersucar FD04 em 1976, se não me engano.
Narração (aumente bem o volume) de Ivan Machado de Assis que na época era locutor da Radio Eldorado de São Paulo.
A qualidade de som e imagem não estão boas, o filme é antigo, mas tem grande valor histórico, parabéns ao Fernando.

sábado, 18 de setembro de 2010

Fritz D'Orey - 24 Horas de Le Mans

Em 1959, Fritz D’Orey, piloto que teve uma carreira meteorica, a ponto de em 2 anos de atuação no Brasil ser convidado por Fangio para correr na F1 pela “Scuderia Centro-Sud”. O quarto brasileiro a correr na F1, antes dele foram: Chico Landi entre 1951 e 1956, Gino Bianco em 1952 e Hermano "Nano" da Silva Ramos entre 1955 e 1956, mas Fritz correu também em outras categorias (Esporte, GT, Subida de Montanha e Fórmula Jr.).
Em 1960, depois de uma ótima participação na “12 Horas de Sebring” (o primeiro brasileiro a participar dessa prova), foi convidado a correr pela equipe “Serenissima”, uma espécie de equipe 2 da Ferrari, para disputar a 28º Edição da “24 Horas de Le Mans” dividindo uma Ferrari 250 GT SWB com Carlo Maria Abate e Gianni Balzarini, mas nos treinos Fritz se acidentou gravemente e foi obrigado a encerrar sua promissora carreira.
Saiba mais sobre a carreira de Fritz D'Orey clicando aqui.
Abaixo, o cartaz desta prova:
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Celso Lara Barberis

Em 9 de julho de 2009 publiquei um post sobre Celso Lara Barberis e seu acidente fatal no "500 Quilômetros de Interlagos" de 1963. 
Não é que no dia 1 de agosto recebi um e-mail de nosso amigo virtual, e leitor, Fabio Farias, que chama a atenção para um detalhe da foto:
"...Por exemplo, sobre o acidente do Barbéris, que foi causado por Amaral Jr., dito por Ciro Cayres. Se você reparar nas fotos do acidente que postou no blog, vê-se o Celso derrapando e em vez de olhar para o barranco onde se chapou, ele está olhando de lado pro carro do Amaral !!! Por que seria ???
O Ciro está na foto, imediatamente atrás, vendo tudo pilotando sua Maserati, que poucos dias antes eu
tinha visto correr em Araraquara... 

Eu acho que ele está pensando: "p.q.p..."
No site e no Blog postei fotos pequenas, então hoje vou postar uma um pouco maior e com o texto que a acompanhava, publicado na Folha de São Paulo de 8 ou 9 de setembro de 1963.
Só corrigindo esse texto da Folha, o Celso estava nessa prova disputando a quarta vitória, tri-campeão ele já era, venceu em 57, 60 e 61.
Eu já disse e não custa repetir, deviam dar seu nome à essa prova, foi o primeiro vencedor em 57, o primeiro tri-campeão e morreu disputando um 500 Km.
Que tal, "500 Quilômetros de Interlagos - Troféu Celso Lara Barberis".

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Fangio, o sequestro em Havana

Fulgêncio cumprimenta Fangio, provavelmente antes do sequestro, nos treinos... ou não.

Algumas horas antes da largada do II Grande Premio de Cuba, em 24 de fevereiro de 1958, Fangio, o melhor piloto do mundo, foi sequestrado pelo movimento guerrilheiro "26 de julho", comandado por Fidel Castro a partir de “Sierra Maestra”.
"Desculpe, Juan, mas vai ter que me seguir." disse o guerrilheiro na noite anterior ao Grande Premio. Foi no saguão do Hotel Lincoln, em Havana, quando o guerrilheiro interrompeu sua conversa com os mecânicos. Amparado por uma pistola calibre 0,45, ele o obrigou a segui-lo até a rua onde um carro estava esperando. "Eu estava esperando o guarda tirar sua arma para jogar-me ao chão, como em filmes de ação", lembrou Juan Manuel Fangio mais tarde.
Nenhum tiro, Alejandro D'Tomasso, um dos corredores, fez um movimento, mas o guerrilheiro disse: "Cuidado... abrirei fogo se você se mover novamente”. D'Tomasso estava muito preocupado com a situação "Eu pensei que aquelas pessoas estavam dispostas a qualquer coisa", diria mais tarde.
O guerrilheiro ainda repetiu: "Outro movimento e eu mato!", frente aos movimentos desconfortáveis de Stirling Moss, outro grande corredor presente.
Marcelo Giambertone, manager de Fangio, lembraria, durante as horas do sequestro, a confiança dele em vencer a corrida e a coragem que mostrou: "... veio o homem da jaqueta de couro, e acho que o menos nervoso de todos foi Juan Manuel. Ele sempre mostrou nervos de aço, até sorriu quando o ameaçaram com uma pistola ...". Com a arma nas costas, sem violência mas com firmeza, foi forçado a sair e embarcar num Plymouth preto, enquanto outros cúmplices, também armados, cobriam a retirada.
Lhe disseram que se fossem descobertos as balas colocariam em risco a vida de todos, Fangio então pediu um gorro porque achava que poderiam identificá-lo pela "careca", mas não tinham nada, aí se acomodou encolhido no piso do carro. Foi então que se deu conta que o sequestro era real, pois no principio pensava que era uma réplica à uma brincadeira feita com Giambertone (veja a piada).
Ele ainda não havia sido libertado quando a corrida foi interrompida por um acidente, o carro do piloto cubano Armando Garcia Cifuentes derrapou numa curva e arremeteu contra os assistentes, resultado: seis pessoas morreram e trinta e duas ficaram feridas! A prova foi interrompida (na quinta volta), tendo sido declarado vencedor Stirling Moss. (veja no vídeo o acidente).
A prova abria o calendário do campeonato mundial de carros esporte e contava com a presença de pilotos de F-1, o britânico Stirling Moss, que também deveria ter sido sequestrado segundo o plano dos guerrilheiros, Phil Hill, Jo Bonnier, Carroll Shelby, o francês Maurice Trintignant, entre outros. Fangio correria com uma Maserati 450S e tinha feito o melhor tempo nos treinos, enquanto que Moss pilotaria uma Ferrari. A Maserati 450 S, com que ele correria era propriedade de um americano, e já tinha corrido na Venezuela, e embora no domingo (a corrida foi numa segunda-feira, não me perguntem porque), 23 de fevereiro, Fangio tivesse estabelecido o melhor tempo no treino classificatório, o carro tinha alguns problemas.
Até a hora da largada da competição o destino de Fangio era ignorado.
O motivo do sequestro foi político, pois com o ato Fidel queria chamar a atenção do mundo para o que estava acontecendo em Cuba. Fulgêncio era (e ainda é) chamado por alguns de ditador, mas na verdade era um desses presidentes que por meios lícitos ou ilícitos permanecem no poder “ad aeternum” como Getulio Vargas, Hugo Chávez, Evo Morales, etc..., e foi finalmente derrubado do poder em 1 janeiro de 1959 pelo movimento liderado por Fidel Castro, esse sim depois de assumir o poder se transformou num ditador, mas não cabe à esse modesto Blog tecer comentários políticos, muito menos julgar fatos que se passaram já há tempos e em terras tão distantes.
Em 1959, Fidel Castro, que liderou a Revolução Cubana contra o presidente Fulgencio Batista, não era comunista, aliás, os comunistas apoiavam Batista e não confiavam em Fidel. Fidel Castro mobilizou a juventude cubana e lutou contra o analfabetismo (que era de 40 %), realizou a reforma agrária, desapropriando propriedades de americanos, que eram indenizados pelo valor declarado no Imposto de Renda do exercício anterior, muito abaixo do valor real, é claro, provocando descontentamento entre os proprietários mais ricos, o que levou os EUA a considerarem o líder cubano um inimigo. Cortaram então a compra de açúcar cubano, levando Fidel a se aproximar da União Soviética e dois anos mais tarde instaurar um regime de orientação marxista e partido único.
Anos depois, Fangio declarou ter sido muito bem tratado pelos seqüestradores durante os dias em que ficou em poder deles. Em 1992, quando Fangio esteve no Brasil, fez esse comentário: Eles queriam derrubar a ditadura, mas acho que acabaram implantando outra...”
 

Consultem também:


Matéria publicada no semanário cubano “Zig-Zag” de 15 de março de 1958

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Silverstone

Domingo tem mais uma etapa do campeonato de F1, será na reformada pista de Silverstone.
Nesta temporada, Alain Prost, Emerson Fittipaldi, Damon Hill, Heinz-Harald Frentzen, entre outros, já atuaram como comissários nas provas, no GP de Silverstone na Inglaterra, será a vez do campeão mundial de 1992, Nigel Mansell.
Em abril postei viral do Santander: um video mostrando uma volta "on board" com Martin Brundle no carro F1 de 2 lugares pelo novo traçado (veja aqui).
Pela proximidade da corrida de F1 aí vai um video de uma prova do "FIA GT3" de 2010 já no novo circuito.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Interlagos - 70 Anos

Nesta quarta-feira, dia 12, Interlagos estará completando 70 anos desde a primeira corrida. Estão previstas diversas atividades durante o dia para comemorar a data.

O Autódromo de Interlagos (Autódromo José Carlos Pace) foi inaugurado em 12 de maio de 1940, pelo interventor Dr. Ademar de Barros, o nome tradicional do circuito vem do fato de que ele foi construído em uma região que fica entre dois lagos artificiais: Guarapiranga e Billings, construídos no inicio do século XX para suprir a cidade com água e energia elétrica.
Clique e asista ao filme de sua inauguração: http://bandeiraquadriculada.com.br/Filme-Interlagos_1940.htm.

Desde 1972 sedia o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, e em meados dos anos 80 foi renomeado em homenagem ao piloto de Fórmula 1 José Carlos Pace, falecido em 1977 num acidente de avião.
Conhecido internacionalmente por sediar a etapa do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, fora dos Estados Unidos o circuito é um dos poucos a ter sentido anti-horário.

A pista original, a que foi inaugurada em 1940, não existe mais, Interlagos passou em 1990 por uma “cirurgia” que alterou e reduziu seu traçado original de 7.960 metros (até 1979, depois 7.873,8 metros) para 4.309 metros, eliminando curvas e retas tradicionais e históricas do automobilismo brasileiro.
Foto "manjada" da inauguração, mas a unica que conheço do evento.
Vê-se no centro o Pinheiro que dava nome à Curva do Pinheirinho.
Desenho da pista obtido na "Autodromos em Revista" de março de 1964.
Reparem na legenda, as críticas ao estado de conservação.
Comparativo entre os dois circuitos, o original e o atual (em vermelho).
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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Modena - 1957

Já que postei um filme do Jim Clark e disse ser "o melhor", agora vou postar outro video, esse de Fangio o outro piloto que também acho "o melhor", ou seja, os dois são os melhores de todos os tempos, digam vocês quem acham "o melhor".
1957, uma volta na pista de Modena a bordo da Maseratti 250F de Juan Manuel Fangio.

sábado, 3 de abril de 2010

Renault "Rabo Quente" III

Em dezembro coloquei um post (reveja aqui) sobre o Renault 4CV "Rabo Quente" pilotado por Anisio Campos na prova 1000 Quilômetros de Interlagos, em agosto de 1964. Pouco depois, em janeiro, outro post (reveja aqui) sobre o mesmo carrinho, desta vez pilotado por Emerson Fittipaldi em provas do Camp. Paulista de 1966. Ai nosso leitor amigo Kato Merccato disse ter mais sobre o carrinho, e agora ele nos envia foto tirada por ele na prova 12 Horas de Interlagos de 1967, além de lembranças da prova:
"Nessa corrida, quem correu com o Rabo Quente, foi o Élvio Ringel e o Zé Augusto Contijo, dois bons pilotos que a gente gostava. O Contijo, correu tambem em outro carro, em parceria com o filho do sócio do meu pai, o Ricardo Moretti, aquele que morreu numa prova de Formula Vê no Rio. Não lembro o que aconteceu exatamente, mas quando amanheceu o dia, já tinham abandonado a prova e o Rabo Quente estava no box, foi quando fiz essa foto.
Os mécas já tinham sido liberados para recolherem o equipamento e irem embora, mas não conseguiram porque a pick-up da equipe que estava estacionada atrás dos box, que era uma barranqueira desgraçada em cima do Pinheirinho, ficou trancada por um monte de carros e não pôde sair. O Alemão, era o méca que guiava, ficou puto, entrou na pick-up e dormiu esperando acabar a corrida, o Pelé e o Pisca ficaram no box cuidando.
Não sei como nem porque, o Élvio voltou pra pista horas depois de ter parado. A largada foi a meia noite, eles abandonaram na madruga ou logo de manhã e voltaram pra pista acho que 10 ou 11 horas da manhã. Faltando algumas voltas pra terminar a corrida o Karman Guia, nessa hora pilotado pelo Anísio, liderava com um monte de voltas de vantagem pro 2º que eram o Camilo e o Celidônio com a carretera, quebrou acho que o cambio na saída da Ferradura, e o Élvio, com o Rabo Quente, pra dar uma força empurrou o Karman Guia e o Camilo enfiou o pé pra descontar o tempo de atraso mas já era tarde. Aí a confusão estava armada, foi um reboliço. O Camilo protestou, desclassificaram o Karman Guia e a vitória ficou com a carretera. O legal foi depois a atitude digna do Camilo. Fizeram ele ver que pela prova ser por tempo e não por distância, a vantagem conseguida pelo Karman Guia até a hora da quebra, lhe garantiria a vitória. Ele dignamente retirou o protesto e mandou devolver a vitória ao Môco e Anísio. Sobrou a bronca da empurrada, mas aí contornaram a situação e ficou por isso mesmo.
Agora eu pergunto: Quantos pilotos fariam isso hoje? Na minha opinião, NENHUM. rsrsrs. Que exemplo de esportividade, caráter e dignidade não acha? Pra ele, não valia uma vitória sem mérito, 43 anos depois da prova e muitos depois de sua morte, estamos aqui exaltando sua atitude. Bem diferente de hoje, que pilotinho de 5ª, com carreira medíocre, sem mérito nenhum, fica mentindo descaradamente, pra desavisado acreditar, pagando de super campeão, isso é triste.
Alguns detalhes que me lembro dessa prova :
A estréia da Alfa GTA da Jolly com o Piero e o Zambello, era zero, ainda tinha plástico nos bancos, parou com a junta do cabeçote queimada, diziam que foi por falta de amaciamento. A Alfa Giulia TI que eles guiavam quem pilotou foram o
Ciro Cayres e o Lolli, eles eram amicíssimos e na fissura de um querer ser mais rápido que o outro, mandaram a bota as 12 horas da prova, baixando o tempos dos italianos com o mesmo carro. Se não me engano, foram 4º, nunca aquela Alfa andou tanto.
Foi a única vez que o Karman Guia Porsche nº 2 da Dacon correu com motor 1600.
Foi a 1ª vez que o Wilsinho e o Emerson correram juntos. Com o Karman Guia Porsche 2000 (77), lideraram da largada até a madrugada, quando abandonaram.
Era a 1ª participação do Camilo com a Carretera refeita, depois da capotada no Paraná.
O que eu lembro é isso aí , qualquer hora tem mais .
Qualquer hora já chegou. Lembrei de uma boa. Quem fez um Rabo Quente fortíssimo, um tempo depois disso , foi o Vinícius Losacco. Era um carro muito bem feito, com acabamento esmerado e motor Volkswagen 2 000, estupidamente rápido. Bonito carro e andava MUITO, não sei que fim levou, nunca mais vi depois que ele vendeu .
Um forte abraço,

Mike"


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terça-feira, 2 de março de 2010

Quiz: quando e onde?

Aproveitando mais uma ótima imagem das enviadas pelo Claudio Grossi, vou entrar naquele jogo de "quem, quando e onde" que tantos outros Blogs fazem, mas aqui vai ser só "quando e onde", pois quem já sabemos quem são: Waldemyr Costa em seu Puma e logo atrás Jayme Silva que vem em seu encalço no Furia BMW da equipe CEBEM de Aguinaldo de Goes Filho.
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Polirradiculoneurite

Como eu disse lá no Twiter, fui acometido de uma forte dor na região lombar no início de janeiro e mesmo passando por prontos atendimento, internações e consultórios, não conseguia um diagnostico correto. Até que o segundo ortopedista consultado me encaminhou para um neurologista que finalmente fez o diagnostico correto: Polirradiculoneurite. Doença que acomete 1 em um milhão (e tinha que ser eu!!).
Em função disso estou internado desde o dia 3 de fevereiro para tratamento, mas nessa sexta devo ter alta, e apesar da recuperação do nervo axional ser lenta, vai levar uns meses, logo-logo poderei voltar a postar.
Esse com certeza não é o assunto do Blog, mas como fiquei ausente tanto tempo achei por bem dar uma explicação aos amigos leitores.
Esse note-book em que estou digitando é uma gentileza do hospital. Chique não?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Renault "Rabo Quente" II

Dia 7 de setembro, do ano passado, coloquei um post sobre o Renault 4CV "Rabo Quente" de Anisio Campos no 1000 Quilômetros de Interlagos, em 15 de agosto de 1964. E lá, dizia que talvez pudesse ser o mesmo carro com que Emerson Fittipaldi participou de duas provas do Campeonato Paulista de 1966.
Nosso leitor Mike respondeu: "Era o mesmo carro sim, depois o Tigrão da Torque comprou e o mundo guiou ele. Tenho uma história engraçada com esse carro, naquela polemica 12 Hs que ele empurrou o Karmann Ghia/Porshe do Môco e do Anísio. Outra hora eu conto". (Mike, vamos ficar esperando que nos conte essa história).
Esse fato causou muita polemica, levando mesmo Camillo Cristofaro, que correu em dupla com Eduardo Celidonio, a fazer um protesto e depois, no julgamento, rasga-lo, desistindo assim da reclamação e aceitando Môco e Anísio como vencedores.
Escaneei uma foto do Emerson pilotando o Renaul "Rabo Quente", em seu livro: "Voando dobre rodas", não sei precisar que prova era, mas ele correu a 1ª e a 4ª etapa do paulista na categoria TFL com esse carro. A legenda é do próprio Emerson.

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