quinta-feira, 27 de junho de 2013

Polirradiculoneurite II

Assisti ao programa "Linha de Chegada" da ultima terça feira (25/06/13) onde Reginaldo Leme levou os amigos Emerson Fittipaldi e Ronnie Von para baterem um papo, muito melhor que entrevista. Pois bem, ao citar o acidente de Emerson Reginaldo também falou da doença que  quase vitimou Ronnie Von.
"- Polirradiculoneurite viral, uma doença raríssima que costuma ser fatal." - apartou Ronnie.
Ao que Reginaldo completou,
"- Pelo que sei só duas pessoas sobreviveram..."
Bom, não sei quem passou as informações ao Reginaldo, mas não é bem assim.
A doença é rara sim, mas não raríssima, a estimativa é de 1/100.000, e esse aqui que vos escreve foi acometido pela doença em 2010 (reveja aqui). Na época eu também achava que era raríssima (1/1.000.000) e não me conformava com o fato de ter sido eu o escolhido.
"A síndrome de Guillain-Barré ou polirradiculoneurite aguda é uma doença desmielinizante caracterizada por uma inflamação aguda com perda da mielina (membrana de lipídeos e proteína que envolve os nervos e facilita a transmissão do estímulo nervoso) dos nervos periféricos e às vezes de raízes nervosas proximais e de nervos cranianos (nervos que emergem de uma parte do cérebro chamada tronco cerebral e suprem às funções específicas da cabeça, região do pescoço e vísceras).
A síndrome de Guillain Barré tem caráter autoimune. O indivíduo produz auto-anticorpos contra sua própria mielina. Então os nervos acometidos não podem transmitir os sinais que vêm do sistema nervoso central com eficiência, levando a uma perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor". Fonte: Wikipédia.
O que tenho a dizer é sobre o meu caso, não sei dos outros, acho que em cada pessoa a doença tem particularidades diversas.
Comigo começou nos primeiros dias de janeiro de 2010 com uma dor fortíssima nas costas que logo se espalhou pelo abdome, tanto que no pronto atendimento o médico achava ser diverticulite. Não era, e me receitou alguns remédios. Dois ou três dias depois voltei ao pronto atendimento do Einstein e dessa vez me internaram para exames mais detalhados. Me atenderam: um cardiologista, um neurologista e um gastroenterologista, não detectaram nada, insinuaram inclusive ser de ordem psicológica. Erro feio do neuro pois é uma doença neurológica, mas tome mais remédio!!
Depois a esposa me levou à um ortopedista que me internou para fazer ressonância, e durante a internação tive dores terríveis na região estomacal (devido aos muitos e diferentes remédios) e o médico plantonista disse para procurar um gastroenterologista já que a ressonância não acusou nada. E mais remédio!!
Ai eu já era uma caricatura de mim mesmo, totalmente sem forças ficava arcado, as pernas fracas não davam segurança para andar, e dores, muitas e terríveis dores.
Resumindo, passei pelo gastro e vários outros médicos até que um sobrinho da minha esposa, ortopedista de esportes, indicou um ortopedista especialista em coluna, um bam-bam-bam, e foi ele que me encaminhou à um neurologista, Dr. Mutarelli, que detectou a doença, mas para confirmar fiz um exame: eletroneuromiografia (ver no Google...), isso já um mês depois de começarem as dores, que diga-se de passagem são indescritíveis.
Ai fui internado e fiz plasmaferese (corre pro Google, rsrsrs...) por uns dez dias e depois mais seis meses de fisioterapia para recuperar as forças.

Por isso repito: é com certeza uma doença grave e rara, mas tem cura sim.

Quem sou eu

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