Assisti
ao programa "Linha de Chegada" da ultima terça feira (25/06/13) onde
Reginaldo Leme levou os amigos Emerson Fittipaldi e Ronnie Von para baterem um
papo, muito melhor que entrevista. Pois bem, ao citar o acidente de Emerson
Reginaldo também falou da doença que
quase vitimou Ronnie Von.
"-
Polirradiculoneurite viral, uma doença raríssima que costuma ser fatal." -
apartou Ronnie.
Ao
que Reginaldo completou,
"-
Pelo que sei só duas pessoas sobreviveram..."
Bom,
não sei quem passou as informações ao Reginaldo, mas não é bem assim.
A
doença é rara sim, mas não raríssima, a estimativa é de 1/100.000, e esse aqui
que vos escreve foi acometido pela doença em 2010 (reveja aqui). Na época eu
também achava que era raríssima (1/1.000.000) e não me conformava com o fato de
ter sido eu o escolhido.
"A
síndrome de Guillain-Barré ou polirradiculoneurite aguda é uma doença
desmielinizante caracterizada por uma inflamação aguda com perda da mielina
(membrana de lipídeos e proteína que envolve os nervos e facilita a transmissão
do estímulo nervoso) dos nervos periféricos e às vezes de raízes nervosas
proximais e de nervos cranianos (nervos que emergem de uma parte do cérebro
chamada tronco cerebral e suprem às funções específicas da cabeça, região do
pescoço e vísceras).
A
síndrome de Guillain Barré tem caráter autoimune. O indivíduo produz
auto-anticorpos contra sua própria mielina. Então os nervos acometidos não
podem transmitir os sinais que vêm do sistema nervoso central com eficiência,
levando a uma perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos
comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo,
resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor".
Fonte: Wikipédia.
O
que tenho a dizer é sobre o meu caso, não sei dos outros, acho que em cada
pessoa a doença tem particularidades diversas.
Comigo
começou nos primeiros dias de janeiro de 2010 com uma dor fortíssima nas costas
que logo se espalhou pelo abdome, tanto que no pronto atendimento o médico
achava ser diverticulite. Não era, e me receitou alguns remédios. Dois ou três
dias depois voltei ao pronto atendimento do Einstein e dessa vez me internaram
para exames mais detalhados. Me atenderam: um cardiologista, um neurologista e
um gastroenterologista, não detectaram nada, insinuaram inclusive ser de ordem
psicológica. Erro feio do neuro pois é uma doença neurológica, mas tome mais
remédio!!
Depois
a esposa me levou à um ortopedista que me internou para fazer ressonância, e
durante a internação tive dores terríveis na região estomacal (devido aos
muitos e diferentes remédios) e o médico plantonista disse para procurar um
gastroenterologista já que a ressonância não acusou nada. E mais remédio!!
Ai
eu já era uma caricatura de mim mesmo, totalmente sem forças ficava arcado, as
pernas fracas não davam segurança para andar, e dores, muitas e terríveis
dores.
Resumindo,
passei pelo gastro e vários outros médicos até que um sobrinho da minha esposa,
ortopedista de esportes, indicou um ortopedista especialista em coluna, um
bam-bam-bam, e foi ele que me encaminhou à um neurologista, Dr. Mutarelli, que
detectou a doença, mas para confirmar fiz um exame: eletroneuromiografia (ver
no Google...), isso já um mês depois de começarem as dores, que diga-se de
passagem são indescritíveis.
Ai
fui internado e fiz plasmaferese (corre pro Google, rsrsrs...) por uns dez dias
e depois mais seis meses de fisioterapia para recuperar as forças.
Por
isso repito: é com certeza uma doença grave e rara, mas tem cura sim.